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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Magia e loucura! - Segunda geração parte III

 Ao cair no meio da floresta cinzenta a estrela caótica causou pouco estrago, abriu uma clareira de 12 m de raio e, no centro, permaneceu uma rocha de aspecto peculiar. Essa rocha multifacetada é em parte regular e em parte irregular; tem faces lisas e espelhadas e outras opacas; possui ranhuras e protuberâncias e, é certo que qualquer um que olhe para ela por uma segunda vez poderá jurar que ela não parece ser a mesma numa segunda olhada, nem numa terceira. A melhor forma de definir essa rocha é: Indefinível. Nem mesmo sua cor permanece a mesma. E há quem diga que a própria clareira muda de localização a cada lua negra no horizonte. Mas, o que é essa rocha? 

Muttallin
Ilustração de Karina Stankunas
 Conforme relatos dos semi-deuses que lá estiveram, é a entrada do reino de Muttallin, que ao contrário de sua irmã Resignia, construiu seu reino no interior do mundo, nos domínios de seu pai, Giante. E quem é Muttallin? Pergunte a qualquer clérigo e ele lhe dirá: Muttallin é a junção da manutenção do que há com a destruição do que há! Muttallin é entropia mantida e a manutenção entrópica! Muttallin altera as leis da natureza, desconstrói o que é e refaz de outro jeito que, tem tanta chance de vir a não ser quanto o que lhe precedeu!!! Muttallin é o deus da magia! E da loucura...

Nas principais cidades do mundo pode-se encontrar um pequeno templo à Muttallin,já que o deus tem poucos adeptos, porém, por vezes um ou outro mago, oculto por um capuz para não ser reconhecido, vai orar ao deus pedindo inspiração em suas experiências. Jogadores às vezes pedem ao deus que suas sortes mudem, mas na verdade o deus está mais ligado ao acaso do que à sorte! Nos dias 13 e 31, há pessoas que levam oferendas ao templo, qualquer coisa serve, pedindo que o deus afaste a loucura de seus lares. 
Ainda segundo os semi-deuses que lá estiveram, o reino de Muttallin é mutável, nunca apresentando o mesmo aspecto de um momento para o outro. Em cima pode vir a ser embaixo e no segundo seguinte voltar a ser em cima, ou do lado talvez. coisas crescem do nada, enquanto outras desaparecem a olhos vistos. Há nuvens sólidas e espelhos que refletem imagens sólidas para fora de sua superfície. É possível que a mente humana possa sucumbir a uma exposição mais demorada ao lugar.





















quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Mensagem do autor.


Oi pessoal.

 Comecei a frequentar as aulas de filosofia na USJT à noite e por isso as postagens de 5a feira vão atrasar um pouco. Em vez de ser às 21 ou 22 h passaram para 00 h, mais ou menos, como vocês devem ter notado.
 Peço sua compreensão.
 Grato, Fernando. 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O amor dos deuses! - Segunda Geração parte II

 Como será o amor dos deuses? Não acredito que eles precisem amar como nós amamos, mas seja lá como for, Giante e Ingrillunatti tiveram dois filhos. E é consenso entre os estudiosos, clérigos em sua maioria, que as qualidades dos deuses se misturaram para compor os novos deuses. Assim, de Giante veio a manutenção do que existe, a permanência; e de Ingrillunatti veio o sentido de criar espaço para a continuidade da existência. A deusa que daí surgiu, tem como intuito limpar a terra para criar espaço para a continuidade da existência, e manter o que existe de bom na alma humana. 
A deusa vermelha avalia uma alma
Ilustração de Carina Casarini Buttignol
 Seu nome é Resignia "A deusa dos mortos". Ela busca as almas e as leva para avaliação em seu reino, lá as almas consideradas dignas recebem morada. Caso contrário, as almas são entregues para sua mãe, a deusa da entropia, que cuida para que as almas impróprias devolvam sua essência ao todo, mantendo assim a utilidade dessa energia. Resignia tem como serviçais almas nobres e corajosas, entre elas guerreiros de moral e caráter inquestionável. Mas não apenas isso, ela criou golens de matéria espectral para ajudar em serviços braçais. Quando precisam atuar no plano físico esses golens adquirem corpos formados de partes de cadáveres, saindo normalmente de cemitérios nas horas mais escuras da noite. Eles até que tentam ser discretos para não serem vistos, mas por quê é que sempre tem alguém passando em frente a um cemitério justamente à meia-noite? Parece perseguição! Mais de um golem inocente já foi chacinado por uma turba apavorada de camponeses com foices e machados. 
 Mas o casal de deuses gerou outro filho, alguém que recebeu a constância do pai e a descontinuidade da mãe. O que poderia vir disso?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Novos deuses - Segunda Geração - parte I

 A lua Negra estava de volta ao mundo e o equilíbrio fora restaurado. embora as pessoas tivessem desconfiança do que poderia significar o retorno da deusa da entropia. Conforme a natureza retornava ao ritmo normal, as pessoas se convenciam de que o retorno da deusa foi uma coisa boa afinal. As estações voltaram ao normal e com elas a lavoura. A decomposição das árvores voltou ao normal e a maioria das florestas foi deixando, aos poucos, de ser tão impenetráveis. O envelhecimento dos mortais voltou ao normal, e mortos-vivos vagando por aí, tornaram-se muito mais raros. Os fantasmas, porém, continuaram a surgir. Porquê eles não tinham um lugar para ir, estavam perdidos, sem destino e, como sempre estiveram.
 Um dia, as pessoas viram duas novas estrelas no céu. Uma delas parecia um pedaço de noite que tremeluzia num padrão caótico e a outra era vermelha escura e faiscava de forma constante. Essas estrelas eram diferentes das outras, também, porque cresciam a olhos vistos. Os deuses pareciam determinados a não deixar os habitantes de Giante em paz. As estrelas cadentes, sim estavam caindo, assustaram os viajantes nas estradas, mas pouco estrago fizeram.
 A primeira caiu no meio da floresta cinzenta, a leste de Kytonis, e lá desapareceu, deixando para traz uma cratera pétrea, pois, por algum motivo as arvores e animais num raio de 1 km do local foram petrificados. A segunda caiu ao lado da estrada que vem de Dummonya, o país arenoso onde vivem os beduínos de Giante, a apenas alguns km da capital.


A esquerda a estrela caótica que caiu na floresta.
A direita a lua negra com o inferno junto ao horizonte
Ilustração de Carina Casarini Buttgnol 
No lugar onde ela caiu, até hoje pode ser visto um tridente vermelho manchado de negro gigantesco, espetado na terra. Esse é o simbolo de Resígnia "A deusa os mortos".
 A deusa arrebanhou os espíritos perdidos sob a face do planeta e levou-as para os infernos recém criados nos domínios de sua mãe, e lua negra no horizonte ganhou uma coruscante mancha vermelha.

 Mas... De onde veio Resignia e, mais importante, o que era a outra estrela?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O retorno da lua negra - parte final

 Primeiro veio o som... Um silvo sibilante de vento distante que foi aumentando até se tornar num ronco ensurdecedor. No calor da batalha poucos foram os que o perceberam. Depois veio a sombra, e a sombra congelou o coração dos fortes guerreiros! Ela cresceu, e cresceu, até esconder Albam e mergulhar o campo de batalha em sombras. Foi nessa hora que a batalha parou! A fúria dos anões ficou congelada pela visão do cometa negro-estrelado que se aproximava! O tempo parou. O ronco crescente anunciando o desastre. Seis mil pares de olhos acompanharam enquanto o bólido convergia aos pés do monte do grande anão e, com um impacto que fez tremer o mundo, abriu uma cratera e levantou uma nuvem de poeira descomunal! Por todo o mundo, mães abraçavam seus filhos e, ajoelhadas, apontavam para o horizonte onde a lua negra voltava a despontar lúgubre. No campo de batalha, porém,  a poeira assentava e as pessoas começavam a ver. E no lugar onde caiu o cometa, erguia-se, bela e arrebatadora, Ingrillunatti, a deusa da entropia! Muitos elfos, homens e anões apaixonaram-se pela deusa naquela tarde, e jamais a esqueceram.


Illunattan (A deusa mãe) e Albam (O deus sol)
confrontam Ingrillunatti
Ilustração de Karina Stankunas
 Illunattan, porém, não podia tolerar o retorno da rival e, trazendo um relutante Albam ao seu lado, veio confrontar a irmã. Os mortais, que assistiam impotentes àquela cena, temeram que houvesse chegado o momento do fim do mundo, o ponto final da existência de Giante. A tensão crescia no ar, sem que qualquer um dos lados tomasse qualquer atitude e, então, inesperadamente, Giante "o deus silencioso", aquele que nunca interfere no desenrolar natural dos fatos, agiu!!!
 A própria terra, o corpo do deus, ergueu-se envolvendo o corpo de uma Ingrillunatti recém chegada, e muito surpresa, e antes que Illunattan ou albam pudessem fazer algo, levou-a para os seus domínios! O casal divino, remanescente, entreolhou-se e, perplexo, partiu para seus salões nas nuvens. 
 Apesar do retorno, agourento, da lua negra ao céu, os povos amigos festejaram naquela noite, pois N`Gar Sember fora derrotado, mais uma vez, e a guerra estava terminada! O rei Richard Dayfull consagrou os heróis, que vieram a ser conhecidos pelo povo como "Os heróis dos deuses" e prometeu rever as leis que proíbiam o exercício da magia. Dentre os heróis, Ifrity, um guerreiro-mago, que havia ficado por último no campo de batalha, erqueu um brinde à Christiam, que estava no ponto de impacto da lua negra quando de seu retorno. O corpo de Christian jamais foi encontrado, em seu lugar encontraram um cristal em forma de coração e o guardaram como lembrança do herói caído.

 Naquela noite, todas as criaturas da entropia, e todas as criaturas ligadas a Giante, sonharam com amor...