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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Atravessando a sombra - Demônios - parte final.

Os heróis de giante ficaram por quatro meses na dimensão sombria e durante esse tempo foram os seguintes os seus feitos:

 Nos subterrâneos enfrentaram os Trolls de raízes e lama, salvando os gnomos que mencionei anteriormente de seus algozes. Foi nessa ocasião que Richter (O Necromago) quase torrou todos os presentes soltando uma bola de fogo nas cavernas, e o monge meio-leonino, Soh-Leon, afundou de cabeça em uma parede de lama enquanto tentava fugir, necessitando ser retirado da parede a força.

 Outra vez na superfície depararam-se com uma cidade assolada por uma criatura de poder indizível, que assemelhava-se a um amontoado de partes humanas costuradas; para surpresa dos heróis, fugir do local mostrou-se impossível, sempre que tentavam atravessar a fronteira, inexplicavelmente retornavam para o mesmo lugar. Só conseguiram fugir, porquê Crinus, o centauro guerreiro, enfrentou pessoalmente, e estupidamente sozinho, a criatura semimorta que dominava a região. Naquela batalha épica, o centauro matou a criatura e foi morto por ela. Dizem que só por isso o restante do grupo conseguiu escapar, e dizem também que dias depois a criatura regente ressurgiu de um dos túmulos no cemitério local.

 Chegando ao reino vizinho viram-se envolvidos em uma guerra que ninguém mais lembrava quando começou, nem tinha expectativa de término. Os locais queriam que eles se aliassem ao seu exército. Ao serem informados que se renunciassem a tal honra seriam considerados espiões e executados, viram-se obrigados a comprar sua liberdade pelo fio da espada! Mas tiveram a ajuda de um galante ladino que apaixononara-se por Liviam. Foi esse ladino que, no momento da fuga, presenteou a clériga com uma adaga, "a adaga do bem e do mal".

 Ainda procuravam colocar a maior distância possível entre eles e o forte de onde fugiam quando foram atacados por um demônio gigante, a luta feroz foi recompensada com a derrota do demônio. Ao fim, Briam, o paladino, declarou: - Vou decapitar o demônio! Ao que Richter, o necromago, retrucou: - Eu vou decapitar o resto! Todos olharam para ele perplexos: Que resto??? E alguém perguntou: - Quantas cabeças tem um demônio? E... Que cabeça você quer cortar? 
 As gargalhadas ainda ecoam no desfiladeiro dos eco eterno na dimensão sombria.

 Durante a luta porém a menina, Juli, desapareceu. Os herois demoraram quase um mês para encontrá-la, no covil subterrâneo dos demônios, e quando a encontraram, encontraram também a gema-chave dimensional de Giante e uma luta que não poderiam ganhar...

 No momento final, com demônios se aproximando de todos os lados, Liviam, a clériga de Illunattan, abraçou forte a menina, e alguma coisa na situação; talvez os fortes sentimentos de afeto da clériga para com a criança, talvez a proximidade com a gema-chave dimensional; fizeram com que juli recobrasse a memória. A Deusa menina abriu um portal para Giante e os heróis puderam voltar para casa!

Enquanto descansavam e curavam seus ferimentos July se apresentou: - Eu sou July a não nascida. Surgi da união das energias dos deuses de Giante, quando juntos resistiram ao avanço da barreira dimensional que ameaçava engolir nosso mundo, e segui vocês sabendo que precisariam de ajuda. Porém a natureza maligna daquela dimensão chocou-se com minha natureza e perdi a memória. Obrigada a todos pelo que fizeram e obrigada, principalmente a você Liviam, foram seus sentimentos que me trouxeram de volta!
- Mas que deusa é você? - perguntou Liviam.
- ora, não é óbvio, eu sou a deusa da bondade! - E dizendo isso, beijou Liviam na face, e assumindo a estatura dos deuses, sua pele branca luminosa e sua candura embevecendo a todos, partiu para o reino dos deuses.  Antes de partir, porém, combinou com Liviam, que algum dia, quando Liviam estivesse preparada, a deusa encarnaria como filha da clériga para, conforme as palavras da deusa, experimentar a vida mortal e aprender como ser uma deusa da bondade melhor.

Ps.: Alguma coisa, talvez tenha passado pelo portal para o nosso mundo. Talvez...

domingo, 2 de agosto de 2015

Embrenhando-se nas sombras - Demônios - parte IV - Perseguição

Como era de se esperar o grupo de heróis iniciou uma perseguição aos bandidos... O sol se punha no horizonte, e a sensação de opressão maligna acentuava-se, vendo o medo nos olhos da criança, Liviam implorou para que buscassem abrigo. Perambulavam pelos ermos, a cerca de uma hora, quando encontraram um casebre abandonado. A construção tinha metade de um telhado de tábuas em mal estado e não tinha portas, mas as janelas pregadas ainda estavam firmes e as paredes eram sólidas o que deu aos membros do grupo alguma sensação de segurança. A noite se arrastava, após distribuirem as rações cada qual se postou à um canto e puseram-se a cuidar de seus pertences, ou treinar habilidades, ou estudar, ou orar.
Não havia clima para convesa, Liviam finalmente desistiu de fazer a menina falar e com uma rápida oração pôs-se a dormir.
...
...Acordaram no meio da noite cercados por gnomos; buscaram por suas armas, mas elas não estavam lá; colocaram-se em posição de defesa; mas a menina, soltando-se da mão de Liviam, atravessou o espaço que os separava e foi com os gnomos e juntou-se à eles. Vendo a confiança da criança e a aparência afável dos gnomos, decidiram seguí-los por uma abertura que se via entre as tábuas do soalho, um alçapão camuflado que não viram antes.
E lá se foram para o desconhecido...

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Embrenhando-se nas sombras - Demônios - parte III

O som de espadas chocando-se vinha de trás do grupo. Voltando pela estrada, logo após a primeira curva,  um bando de salteadores atacava covardemente uma famlía. Aquele que parecia ser o pai, lutando com todas as forças, mal conseguia manter dois assaltantes longe de sua mulher. Enquanto um rapaz de uns 17 anos, comum porrete em mãos, corria de um lado para o outro, ora afrontando um ladrão, ora desviando a atenção de outro... Diante da infâmia o grupo não se conteve e entrou na luta. A ajuda, porém, foi tardia... Ao verem chegar reforços, os ladrões recuaram, mas não antes do chefe do bando golpear mortalmente o pai da família. Um arqueiro, excepcionalmente bom, mantinha os recém chegados heróis à distância enquanto os bandidos fugiam. Infelizmente o garoto tentou vingar o pai, perseguindo os agressores, e foi morto por uma flecha. 

Os heróis voltaram sua atenção para a mulher caída, na esperança de que seus esforços não houvessem fracassado totalmente. A mulher, desacordada, tinha ferimentos além da capacidade de cura do grupo.
Muito constrangidos, os heróis fizeram uma oração à Resignia, para que os espíritos dos mortos encontrassem o caminho dos infernos e cavaram covas ao lado da estrada. Ao final, Briam, o paladino de Albam, orou ao seu deus que lhes permitisse levar a justiça aos perpetradores de ato tão vil.
Mal se puseram a caminho, quando de uma moita, saiu uma criaturinha pequenina que agarrou-se à perna de Garth. O elfo mago e guerreiro, aturdido, empurrou a pequena para longe de si, mas ela voltou a agarrar-se. Como o elfo recusava-se a aceitar a criança sob sua custódia, Liviam, uma clériga de Illunattan, tornou-se a protetora da criança. Ela identificou-se imediatamente com a pequenina e embaixo da sujeira e dos trapos encontrou uma menina loura de uns 7 anos, com um olhar verde e perdido. 

domingo, 19 de abril de 2015

Entrando no mundo sombrio - Demônios parte II

 Quando Infinito criou o universo, não criou um só. Da mesma forma que o nosso foi criado, outros assim o foram e, da mesma forma que nossos deuses receberam poder e liberdade para criar, outros receberam. em alguns universos os deuses se tornaram malignos e criaram servos malignos, criaram seres bons só para se divertirem vendo-os sofrer, mas, gananciosos voltaram seus olhos para outros universos. Cada universo é separado do ouro por uma película, uma membrana dimensional intransponível. Cada uma dessas células dimensionais tem uma força, uma energia que mantém coesa a estrutura do multiverso, mantendo cada dimensão num distanciamento equidistante. Não sei se foi proposital, ouse foi apenas uma materialização não intencional da racionalização desse fenômeno, essa energia concentrou-se numa jóia. E foi essa jóia que fora roubada. Os deuses de outra dimensão anseiam absorver o mundo de giante e toda a nossa dimensão, conseguirão os heróis reverter a situação. 

 Eles saem das brumas em uma estrada deserta num mundo totalmente desconhecido. O sol irá se por em questão de meia hora, e não há dúvida de que o  lugar é perigoso, pois uma sensação de apreensão e urgência toma a todos de assalto. é preciso encontrar abrigo, o quanto antes! Então, quando todos estão decididos a procurar abrigo, ouve-se sons de luta!

domingo, 12 de abril de 2015

Demônios - Parte I

Um dia, em algum lugar junto às montanhas do oeste, abriu-se um portal, e deste portal saiu uma pequena criatura, não mais que um duende. Ele era escarlate e tinha pequenos chifres e pequenas asas, mas não voou. Sorrateiramente a criaturinha, que você chamaria, hoje, de diabrete, seguiu pelo olfato uma pista, que lhe fora passada por seus mestres. Nós só podemos imaginar quanto tempo e esforço os mestres do pequeno ser gastaram para localizar o artefato que ele procurava, e abrir o portal, mas não foi pouco.
 Dingling entrou em túneis antigos guardados por antigos horrores e, sempre sorrateiramente, chegou até a câmara mais profunda daquelas montanhas, uma vez lá, dingling, roubou uma jóia cristalina de cor azul leitosa, do tamanho de um punho, e fugiu por outro portal. Este portal foi imediatamente percebido pelos guardiães da jóia, que urraram de desespero, e acordaram os deuses!!! 
 Os deuses porém não castigaram os guardiões, pois naquele momento um portal de tamanho descomunal apareceu nos confins da terra ameaçando engolir todo o mundo. O portal de névoas escarlates com rodamoinhos de manchas negras foi detido pelo poder conjunto de Giante, Ingrillunatti, Illunattan, Alban, Resignia, Crises e Markscarl. Detido sim, porém não destruído. A jóia roubada era a chave da dimensão de Giante. Cada dimensão tem a sua e, naquela hora, só a força dos deuses garantia a segurança do nosso mundo. 
 Mas eles não poderiam resistir para sempre, quem iria se aventurar no mundo sombrio e recuperar a jóia?
 Foi aí, que surgiram como que guiados por uma força maior, o grupo de heróis de que já falamos antes, "Os heróis dos deuses" e, não houve dúvida sobre quem teria que salvar o mundo! 
 Após terem sido orientados, corajosamente, entraram pelas névoas tenebrosas. Súbito, da junção das forças dos sete deuses presentes surgiu uma luz que, como uma pequena estrela, seguiu os heróis névoa a dentro.

domingo, 5 de abril de 2015

Páscoa

 Bom dia, boa tarde, boa noite!


 Não teremos publicação esta semana, devido às atividades de páscoa.
 Voltaremos com força total no próximo final de semana.
 Agradeço a fidelidade.
 Fernando.

sábado, 28 de março de 2015

Dragões e outros bichos!

Tinta sobre tecido - Releitura de desenho do D&D
Carina Casarini Buttignol
Tinta sobre tecido - Releitura de desenho do D&D
Carina Casarini Buttignol
 Já contei a vocês o surgimento do mundo e dos principais deuses. Mas ainda tem mais. Poucas pessoas já viram um dragão, e sabe por quê? Porque os dragões passaram milhares de anos hibernando e, quando acordaram, simplesmente mantiveram-se anônimos. Alguns caminham entre os homens em formas humanas, jogando jogos de intriga e poder, outros estão por aí colecionando tesouros. Eles vieram do passado distante, quando o mundo era jovem, foram servos dos deuses que criavam o mundo antes das raças. Mas os dragões não tem alma, e por isso não puderam viver com as outras criaturas quando os deuses povoaram o mundo. Mas houve a guerra da loucura da deusa e os dragões foram despertos para lutar por eles, novamente, quase ninguém viu.  Os dragões negros da entropia vieram para atacar os mortais, mas os dragões cromáticos de Albam engalfinhavam-se com eles impedindo-os. Naquela época, Illunattan criou os dragonetes para fazer emboscadas nas matas. Numa tentativa de equilibrar as coisas Giante criou o povo das fadas, os dragões metálicos e os Gigantes de vários tipos. Essa guerra ficou longe dos olhos mortais.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Mudança de data!!!





Aos queridos leitores.

 Em função do nível de comprometimento com o qual me envolvi nos estudos senti a necessidade de alterar a data da publicação deste blog para os sábados no período da noite. Conto com a compreensão de todos. 

Calorosamente Fernando


quinta-feira, 19 de março de 2015

Promessa é divida: Mais de Crisis!!!

 A guerra não está somente nos campos de batalha. Está nos campos e nas cidades, nos pântanos e nas florestas. Está nos céus e no mar. A guerra está no mundo grande e no pequeno, na verdade, onde quer que haja conflito, há guerra!!! Homens e mulheres no mundo todo recorrem à deusa da guerra quando querem ganhar uma disputa. Você é um atleta, reze à Crisis pela vitória. Você vai a juízo contra seu vizinho, reze a Crisis pela vitória, porquê, com certeza, "ele" já fez isso!
 Crisis aceita todo tipo de combatente como seu seguidor, desde que tenha coragem e honra. Qualquer combatente, qualquer arma, qualquer tipo de proteção. Quem faz a guerra é o homem e não o equipamento! 
 Os clérigos de Crisis fazem seus cultos em praça pública; a igreja de Crisis não tem templos porque a guerra não pode ser contida! Cada grande cidade tem seu Clérigo-Mor, que normalmente dorme e come como convidado na caserna dos soldados. Ele faz o culto matinal para os homens-(e mulheres)-de-armas e depois percorre as ruas da cidade apregoando a guerra. Todo dia ao por do sol o Clérigo-Mor de Crisis faz um culto especial na praça central da cidade, enaltecendo a "boa guerra". Crisis aceita paladinos da guerra, que normalmente são guerreiros treinados que se oferecem à deusa numa cerimônia pública conduzida pelo Clérigo-Mor. A partir daí, esse paladino passa a ter o favor da deusa, suas armas são abençoadas no processo de consagração. Não são as armas que são obras primas, mas os guerreiros que as empunha. Uma arma comum na mão de um paladino de Crisis sempre funcionará como uma arma mágica.

 Crisis tem um seus domínios entre as nuvens, nos salões da guerra, e quando a deusa está em fúria, nuvens tempestuosas, pródigas em descargas elétricas, circundam os campos de batalha. Alguns sábios dizem que as verdadeiras armas abençoadas da deusa soltam raios, mas não há ninguém que tenha testemunhado esse fenômeno, até hoje.

Na próxima semana: Dragões...

sexta-feira, 13 de março de 2015

A segunda geração - parte V

 Quase como uma necessidade, Justiça poética talvez, após a vinda de Crisis, chegou ao mundo a junção da vingança com a justiça. Esse filho de Illunattan e Alban chegou trazendo uma intenção e, ao contrário de sua irmã que só se interessa pela guerra, Markscarl quer igualdade para todos (justiça) a despeito de qualquer um (vingança). Seus lemas são: Roubai aos ricos e distribuís aos pobres! Dai ao próximo o que sobeja ao distante! Um por todos e cada um por si! Por isso o filho da justiça é o deus dos ladrões e dos jogadores. O VERDADEIRO DEUS DA SORTE! 
Markscarl "O deus dos ladrões"
Ilustração de Karina Stankunas

 Existem templos à Markscarl, nas docas, nas vielas dos mercados, à sombra de grandes castelos de grandes senhores, etc... Seus sacerdotes seguem a doutrina que diz: Guardai 10% do que rou... recolheres para sua subsistência e envia 90% para o templo, pois o templo se encarregará de distribuir igualmente toda a riqueza do mundo, quando estiver de posse dela!
 Marklscarl costuma aparecer como um velhinho simpático de olhar maroto e sorriso sarcástico, e leva um papagaio verde sobre os ombros, curiosamente o papagaio costuma falar mais verdades que o deus!!!

P.S.: Desculpaí-me, os amantes da guerra. Procurarei detalhar melhor a deusa e sua influência em breve. Espero que o deus dos ladrões tenha agradado. Abraços Fernando Mestre.

sexta-feira, 6 de março de 2015

A guerra - Segunda geração - parte IV

 Conforme vimos anteriormente Ingrillunatti e Giante formaram o segundo casal divino, mas foram os primeiros a conceber novos deuses, dando início à segunda geração do nosso panteão. Essa novidade não caiu bem aos ouvidos da deusa da criação, Illunattan. Ela enciumou-se e passou a perturbar Alban com a injustiça daquilo. Como deus da justiça, Alban não precisava de muito incentivo por parte da divina esposa, e assim, pouco tempo depois da chegada de Resignia e de Muttallim, o primeiro casal gerou dois novos deuses.
A loura deusa da guerra!
Ilustração de Carina Casarini Buttignol  
 Hoje vou falar de Crisis, "a deusa da guerra"! Sua chegada foi anunciada por um raio amarelo que cortou o por-do-sol, uma homenagem à seu pai. Foi dele que Crisis herdou o anseio pela verdade, pois o deus-sol ilumina todas as partes, afastando as trevas e revelando o que está oculto, neste sentido Alban também é o deus da verdade. Mas Crisis também herdou de Illunattan o espírito da proteção, pelo qual toda mãe iria às últimas consequências pelos seus filhos, e dessa combinação proteção e verdade, surgiu a deusa da "guerra honrada". Nessa noite, o coração dos mortais encheu-se de coragem e desejos de glória! 

  Crisis, porém, não chegou sozinha, a chegada de seu irmão foi anunciada pela queda de um meteorito verde.

 E eu lhes falarei dele, na próxima semana. Boas aventuras!

domingo, 1 de março de 2015

Aviso!

O texto: "Magia e loucura" da quinta-feira, 26 de fevereiro, foi revisado e sofreu pequenas alterações. Espero que tenha ficado melhor.
 Confira.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Magia e loucura! - Segunda geração parte III

 Ao cair no meio da floresta cinzenta a estrela caótica causou pouco estrago, abriu uma clareira de 12 m de raio e, no centro, permaneceu uma rocha de aspecto peculiar. Essa rocha multifacetada é em parte regular e em parte irregular; tem faces lisas e espelhadas e outras opacas; possui ranhuras e protuberâncias e, é certo que qualquer um que olhe para ela por uma segunda vez poderá jurar que ela não parece ser a mesma numa segunda olhada, nem numa terceira. A melhor forma de definir essa rocha é: Indefinível. Nem mesmo sua cor permanece a mesma. E há quem diga que a própria clareira muda de localização a cada lua negra no horizonte. Mas, o que é essa rocha? 

Muttallin
Ilustração de Karina Stankunas
 Conforme relatos dos semi-deuses que lá estiveram, é a entrada do reino de Muttallin, que ao contrário de sua irmã Resignia, construiu seu reino no interior do mundo, nos domínios de seu pai, Giante. E quem é Muttallin? Pergunte a qualquer clérigo e ele lhe dirá: Muttallin é a junção da manutenção do que há com a destruição do que há! Muttallin é entropia mantida e a manutenção entrópica! Muttallin altera as leis da natureza, desconstrói o que é e refaz de outro jeito que, tem tanta chance de vir a não ser quanto o que lhe precedeu!!! Muttallin é o deus da magia! E da loucura...

Nas principais cidades do mundo pode-se encontrar um pequeno templo à Muttallin,já que o deus tem poucos adeptos, porém, por vezes um ou outro mago, oculto por um capuz para não ser reconhecido, vai orar ao deus pedindo inspiração em suas experiências. Jogadores às vezes pedem ao deus que suas sortes mudem, mas na verdade o deus está mais ligado ao acaso do que à sorte! Nos dias 13 e 31, há pessoas que levam oferendas ao templo, qualquer coisa serve, pedindo que o deus afaste a loucura de seus lares. 
Ainda segundo os semi-deuses que lá estiveram, o reino de Muttallin é mutável, nunca apresentando o mesmo aspecto de um momento para o outro. Em cima pode vir a ser embaixo e no segundo seguinte voltar a ser em cima, ou do lado talvez. coisas crescem do nada, enquanto outras desaparecem a olhos vistos. Há nuvens sólidas e espelhos que refletem imagens sólidas para fora de sua superfície. É possível que a mente humana possa sucumbir a uma exposição mais demorada ao lugar.





















quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Mensagem do autor.


Oi pessoal.

 Comecei a frequentar as aulas de filosofia na USJT à noite e por isso as postagens de 5a feira vão atrasar um pouco. Em vez de ser às 21 ou 22 h passaram para 00 h, mais ou menos, como vocês devem ter notado.
 Peço sua compreensão.
 Grato, Fernando. 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O amor dos deuses! - Segunda Geração parte II

 Como será o amor dos deuses? Não acredito que eles precisem amar como nós amamos, mas seja lá como for, Giante e Ingrillunatti tiveram dois filhos. E é consenso entre os estudiosos, clérigos em sua maioria, que as qualidades dos deuses se misturaram para compor os novos deuses. Assim, de Giante veio a manutenção do que existe, a permanência; e de Ingrillunatti veio o sentido de criar espaço para a continuidade da existência. A deusa que daí surgiu, tem como intuito limpar a terra para criar espaço para a continuidade da existência, e manter o que existe de bom na alma humana. 
A deusa vermelha avalia uma alma
Ilustração de Carina Casarini Buttignol
 Seu nome é Resignia "A deusa dos mortos". Ela busca as almas e as leva para avaliação em seu reino, lá as almas consideradas dignas recebem morada. Caso contrário, as almas são entregues para sua mãe, a deusa da entropia, que cuida para que as almas impróprias devolvam sua essência ao todo, mantendo assim a utilidade dessa energia. Resignia tem como serviçais almas nobres e corajosas, entre elas guerreiros de moral e caráter inquestionável. Mas não apenas isso, ela criou golens de matéria espectral para ajudar em serviços braçais. Quando precisam atuar no plano físico esses golens adquirem corpos formados de partes de cadáveres, saindo normalmente de cemitérios nas horas mais escuras da noite. Eles até que tentam ser discretos para não serem vistos, mas por quê é que sempre tem alguém passando em frente a um cemitério justamente à meia-noite? Parece perseguição! Mais de um golem inocente já foi chacinado por uma turba apavorada de camponeses com foices e machados. 
 Mas o casal de deuses gerou outro filho, alguém que recebeu a constância do pai e a descontinuidade da mãe. O que poderia vir disso?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Novos deuses - Segunda Geração - parte I

 A lua Negra estava de volta ao mundo e o equilíbrio fora restaurado. embora as pessoas tivessem desconfiança do que poderia significar o retorno da deusa da entropia. Conforme a natureza retornava ao ritmo normal, as pessoas se convenciam de que o retorno da deusa foi uma coisa boa afinal. As estações voltaram ao normal e com elas a lavoura. A decomposição das árvores voltou ao normal e a maioria das florestas foi deixando, aos poucos, de ser tão impenetráveis. O envelhecimento dos mortais voltou ao normal, e mortos-vivos vagando por aí, tornaram-se muito mais raros. Os fantasmas, porém, continuaram a surgir. Porquê eles não tinham um lugar para ir, estavam perdidos, sem destino e, como sempre estiveram.
 Um dia, as pessoas viram duas novas estrelas no céu. Uma delas parecia um pedaço de noite que tremeluzia num padrão caótico e a outra era vermelha escura e faiscava de forma constante. Essas estrelas eram diferentes das outras, também, porque cresciam a olhos vistos. Os deuses pareciam determinados a não deixar os habitantes de Giante em paz. As estrelas cadentes, sim estavam caindo, assustaram os viajantes nas estradas, mas pouco estrago fizeram.
 A primeira caiu no meio da floresta cinzenta, a leste de Kytonis, e lá desapareceu, deixando para traz uma cratera pétrea, pois, por algum motivo as arvores e animais num raio de 1 km do local foram petrificados. A segunda caiu ao lado da estrada que vem de Dummonya, o país arenoso onde vivem os beduínos de Giante, a apenas alguns km da capital.


A esquerda a estrela caótica que caiu na floresta.
A direita a lua negra com o inferno junto ao horizonte
Ilustração de Carina Casarini Buttgnol 
No lugar onde ela caiu, até hoje pode ser visto um tridente vermelho manchado de negro gigantesco, espetado na terra. Esse é o simbolo de Resígnia "A deusa os mortos".
 A deusa arrebanhou os espíritos perdidos sob a face do planeta e levou-as para os infernos recém criados nos domínios de sua mãe, e lua negra no horizonte ganhou uma coruscante mancha vermelha.

 Mas... De onde veio Resignia e, mais importante, o que era a outra estrela?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O retorno da lua negra - parte final

 Primeiro veio o som... Um silvo sibilante de vento distante que foi aumentando até se tornar num ronco ensurdecedor. No calor da batalha poucos foram os que o perceberam. Depois veio a sombra, e a sombra congelou o coração dos fortes guerreiros! Ela cresceu, e cresceu, até esconder Albam e mergulhar o campo de batalha em sombras. Foi nessa hora que a batalha parou! A fúria dos anões ficou congelada pela visão do cometa negro-estrelado que se aproximava! O tempo parou. O ronco crescente anunciando o desastre. Seis mil pares de olhos acompanharam enquanto o bólido convergia aos pés do monte do grande anão e, com um impacto que fez tremer o mundo, abriu uma cratera e levantou uma nuvem de poeira descomunal! Por todo o mundo, mães abraçavam seus filhos e, ajoelhadas, apontavam para o horizonte onde a lua negra voltava a despontar lúgubre. No campo de batalha, porém,  a poeira assentava e as pessoas começavam a ver. E no lugar onde caiu o cometa, erguia-se, bela e arrebatadora, Ingrillunatti, a deusa da entropia! Muitos elfos, homens e anões apaixonaram-se pela deusa naquela tarde, e jamais a esqueceram.


Illunattan (A deusa mãe) e Albam (O deus sol)
confrontam Ingrillunatti
Ilustração de Karina Stankunas
 Illunattan, porém, não podia tolerar o retorno da rival e, trazendo um relutante Albam ao seu lado, veio confrontar a irmã. Os mortais, que assistiam impotentes àquela cena, temeram que houvesse chegado o momento do fim do mundo, o ponto final da existência de Giante. A tensão crescia no ar, sem que qualquer um dos lados tomasse qualquer atitude e, então, inesperadamente, Giante "o deus silencioso", aquele que nunca interfere no desenrolar natural dos fatos, agiu!!!
 A própria terra, o corpo do deus, ergueu-se envolvendo o corpo de uma Ingrillunatti recém chegada, e muito surpresa, e antes que Illunattan ou albam pudessem fazer algo, levou-a para os seus domínios! O casal divino, remanescente, entreolhou-se e, perplexo, partiu para seus salões nas nuvens. 
 Apesar do retorno, agourento, da lua negra ao céu, os povos amigos festejaram naquela noite, pois N`Gar Sember fora derrotado, mais uma vez, e a guerra estava terminada! O rei Richard Dayfull consagrou os heróis, que vieram a ser conhecidos pelo povo como "Os heróis dos deuses" e prometeu rever as leis que proíbiam o exercício da magia. Dentre os heróis, Ifrity, um guerreiro-mago, que havia ficado por último no campo de batalha, erqueu um brinde à Christiam, que estava no ponto de impacto da lua negra quando de seu retorno. O corpo de Christian jamais foi encontrado, em seu lugar encontraram um cristal em forma de coração e o guardaram como lembrança do herói caído.

 Naquela noite, todas as criaturas da entropia, e todas as criaturas ligadas a Giante, sonharam com amor... 

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O retorno da lua negra - parte III

Ponto de tensão

Christiam orando
Ilustração de Carina
 Enquanto os exércitos se recuperavam do surto de riso e os anões chacinavam a todos sem distinção, Briam Grayhawk, paladino de Alban, cavalgou em disparada aproximando-se de N`Gar Sember e atracou-se com ele numa luta ferrenha. Enquanto isso no topo do monte do Grande anão, a meio-elfa arqueira Cibelle, apontava seu arco e buscava com toda a precisão mirar na abertura do elmo do guerreiro-clérigo enlouquecido. Entre seus companheiros, o guerreiro Gehard lutava para evitar que qualquer inimigo tirasse a concentração da arqueira e os magos Richard e Garth lançavam magias para desorientar e assustar as bestas de guerra do exército de N`Gar. Essas bestas assustadas tropeçavam e caiam umas por cima das outras soterrando soldados próximos e, a confusão foi útil, pois, retardou o avanço de uma parcela do exército inimigo. Cibelle disparou a flecha e, como acontece nesses momentos de grande tensão, a danada partiu em câmera lenta... durante aquele momento, que sempre parece durar uma eternidade, ela seguiu por entre espadas que eram brandidas, deixando se ser atingida por golpes fortuitos por vezes até finalmente atingir o alvo almejado, ao mesmo tempo em que Briam desferia um golpe certeiro com sua vingadora sagrada na única abertura que encontrou naquela armadura vazia. 
 A armadura tombou ao chão desmontando-se em partes soltas, e de entre suas placas saiu uma nuvem de fumaça verde que pareceu-se com um rosto um momento antes do vento dispersá-la. 
 A batalha agora seguia descontrolada, sem seu líder, os orcs e goblins não tinham porquê lutar, mas os anões não davam brecha para rendição em sua fúria. 
 Não se sabe porquê o mago-ladino Christiam, ajoelhou-se aos pés do monte do grande anão e, ignorando a batalha, orou pelo retorno de Ingrillunatti.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O retorno da lua negra - parte II

                                                                       A fúria dos anões

 Talvez seis mil guerreiros sejam uma força grande demais para se controlar, talvez, diante da certeza da morte, mil e novecentos guerreiros tenham avançado impensadamente. Ninguém, porém, lembra-se como começou, num momento a tensão crescia no ar, no outro a batalha rugia com ferocidade. Homens e elfos, mesclavam-se com feras e goblinóides numa dança de golpes frenéticos e descoordenados!
 No alto do monte do grande anão os heróis sabiam que não tinham mais tempo para decidir, precisavam agir agora! Pegaram suas armas de ataque a distância e começara a tentar alvejar alvos importantes, ou seja, os capitães do exército de N`Gar Sember. O próprio N`Gar porém, estava longe demais. Os conjuradores do grupo começaram a puxar da memória algum feitiço que pudesse fazer alguma diferença. Repentinamente um mago ladino, conhecido apenas como Christian, lançou uma magia de ilusão, numa tentativa de paralisar o combate, e quiçá, conseguir espaço para que os companheiros tivessem uma boa linha de tiro. A magia, que pretendia conjurar, a imagem de um dragão gigantesco e ameaçador bem no meio do campo de batalha, falhou, e ao invés disso surgiu a figura de um anão, com pouco mais de quinze metros de altura, , e quê, freneticamente girava, pelo pescoço, em cada uma das mãos, a título de armas, dois frangos depenados de tamanho descomunal!!! 

Ananias  em  fúria
desenho de Karina Stankunas
 A manobra surtiu o efeito esperado, a guerra que então corria parou, e cada um dos soldados dos dois exércitos, após um instante de silêncio estarrecedor, pôs-se a rir descontroladamente. A batalha do riso seguiu por quase três minutos, e há quem diga que ouviu um som rouco e gutural vindo da armadura vazia de N`Gar Sember! 
 Os heróis, porém, perderam a chance de atingir o líder maligno, pois estavam rindo também, mas foram retirados deste estado hilário, quando gritando e arrancando as barbas, Ananias, o anão do grupo, ergueu seu machado, e furioso, entrou na batalha para nunca mais ser visto.
 O riso terminou quando o exército de dois mil anões, que chegava do norte, vendo a afronta ilusória aos brios de sua raça, entrou em fúria coletiva e atacou todos que estavam rindo no campo de batalha. Diante de tal fúria, todos estavam em perigo, e por um momento, não se sabia quem eram os verdadeiros inimigos! 
 Os heróis, no entanto, viram os anões chegando muito antes dos demais e puderam arriscar um último e desesperado plano!  

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O retorno da lua negra - parte I

Ingrillunatti entre as estrelas
Desenho de Karina Stankunas
 Vagando entre as estrelas, perdida, sozinha... três mil anos a separam de seu lugar, sua função, sua família... Até uma deusa pode sofrer. Triste, Ingrillunatti só quer voltar, e por um momento, só por um momento, parece ter sentido um chamado...

Entre os mortais, na superfície de Giante, a guerra se avizinha, mais terrível do que nunca!  Mensageiros correm a cavalo em direção às nações amigas, enquanto na grande capital, Kytonis, a confusão é generalizada, pessoas fugindo e se escondendo, enquanto arautos proclamam à todos em condições de lutar que se juntem ao exército. 

 Há 5 quilômetros dali um grupo de heróis luta contra adversários inesperados, tentando desesperadamente livrar-se deles para poder continuar em sua jornada, imaginando se haverá algum meio de uns poucos bravos deterem, por instantes que seja, um exército inteiro. Quando os heróis finalmente chegam ao topo do monte do grande anão, que recebeu esse nome após essa batalha, viram exatamente o que mais temiam... N`Gar Sember encabeçava seu exército e aguardava os humanos que já despontavam no horizonte! A desproporção entre os dois exércitos era absurda! Os humanos contavam com pouco mais de mil e duzentos homens, e mais ou menos 500 deles eram camponeses com foices e forcados, mas quando os humanos estavam a cerca de mil metros de distância, um grupo de 700 elfos, vindos da floresta do coração, à oeste, uniu-se a eles. Pelo menos um dos mensageiros havia chegado a tempo! 
 N`Gar Sember deveria estar muito seguro de si, pois, aguardou impassível enquanto humanos e elfos se organizavam. No alto do monte do grande anão, os heróis sofriam com a sensação de impotência perante a inevitável batalha! Todas as suas idéias pareciam tolas e banais.  O tempo se arrastava, e a tensão se acumulava no ar, tal qual a corda do alaúde antes da nota final. 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Consequencias da expulsão - parte final

           N'Gar Sember e as almas perdidas do mundo                                       

Aparição nas imediações de Kytonis
desenho de Karina Stankunas
 Para onde vão as almas dos mortos? Voltarão para a fonte da vida? Cessarão de existir? Haverá um lugar para o descanso eterno? Ou simplesmente ficam vagando entre os vivos sem nunca poder interagir com eles? 
 Chegou um momento em que as pessoas começaram a ver os fantasmas. Os relatos falavam de criaturas de brumas ou luz, às vezes de sombras contra as chamas, mas, qualquer que fosse a forma da aparição, sempre concordavam em seus semblantes tristonhos e aparência de estarem perdidos. Claro que isto teria passado por mais um detalhe da vida, não fosse o fato de que a alma de N`Gar Sember não pôde descansar. Atraído pelos cultos voltados à Ingrillunatti, que se ergueram entre as sombras da coroa de Kyton, N`Gar Sember voltou dos mortos na forma de uma armadura negra com brilhos verdes doentios como olhos. O Guerreiro-Clérigo passara dois mil e quinhentos anos vagando entre os espectros dos mortos se perguntando porque teria sido abandonado por sua deusa; Além disso, jamais se esqueceu daqueles que o mataram em seu momento de glória. Não é de se espantar que tenha passado 500 anos preparando seus planos, forjando armas e armaduras e, firmando alianças entre as raças mais vis do mundo. Ao se dirigir para Kytonis, capital de Kyton, seu exército contava 6000 cabeças, entre guerreiros, arqueiros, mestres de bestas, funguídeos e até alguns Gigantes. 
 Aldeões e viajantes, fugindo da fúria do guerreiro louco, chegavam a capital trazendo as notícias. Coincidência ou não, um grupo de "heróis" estava para ser julgado pelo rei Richard Dayfull, pelo crime de investigar a magia e incentivar a luta armada. O rei, então, sensatamente, ofereceu o perdão aos heróis se eles, ao menos, segurassem o exército de N`Gar Sember por tempo suficiente, para que seus mensageiros chegassem aos reinos élfico e enânico pedindo por ajuda. Ao mesmo tempo, o rei organizaria e enviaria um exército para auxiliar na batalha. 
 Assim começam as lendas!